Foto: François Goglins/Wikimedia Commons
O Carrefour mergulhou em uma crise diplomática e empresarial sem precedentes após o CEO global, Alexandre Bompard, anunciar que a rede na França deixará de vender carnes oriundas do Mercosul. A decisão, que ele justificou como um ato de “solidariedade ao mundo agrícola”, está causando um verdadeiro terremoto político e econômico no Brasil, que é o segundo maior mercado da empresa.
A questão levantou um debate interno sobre governança e controles na companhia, já que Bompard, segundo fontes, teria consultado apenas aliados informais antes de tomar tal decisão, ignorando o conselho global. “Ele calculou mal a reação [do mercado] e o tom que adotou foi um erro”, afirmou uma fonte próxima ao executivo.
GOVERNANÇA EM XEQUE
A medida anunciada pelo CEO gerou desconforto até mesmo entre conselheiros franceses. Apesar de Bompard contar com forte apoio local, alguns questionam a falta de uma discussão mais ampla sobre os impactos globais da decisão. Segundo um ex-executivo, “uma questão que envolve dois mercados estratégicos deveria ter sido debatida junto ao conselho”.
A Península Participações, segunda maior acionista do Carrefour, com 8,8% do capital, também estaria insatisfeita. Fontes ligadas à empresa, fundada por Abilio Diniz, criticaram a postura do CEO. “Abilio, se vivo, teria articulado para evitar essa crise,” comentou um ex-executivo da rede.
REAÇÃO BRASILEIRA E ESCALADA DO CONFLITO
A crise ganhou novos contornos após a JBS, gigante do setor de carnes, suspender o envio de produtos para as lojas do Carrefour na França. O governo brasileiro, por meio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também se posicionou, exigindo uma retratação pública de Bompard.
O Carrefour, por sua vez, alegou que a medida se aplica apenas ao mercado francês, negando críticas à qualidade dos produtos do Mercosul. No entanto, a tensão continua, e a percepção é de que o desgaste pode se agravar, especialmente no Brasil, onde a rede gera metade do lucro global do grupo.
UM FUTURO INCERTO
Enquanto tenta acalmar os ânimos, Bompard se encontra em um dilema: se pedir desculpas públicas, pode perder o apoio das associações agrícolas francesas; se não o fizer, arrisca ver a crise diplomática no Brasil piorar. A pergunta que fica é: o Carrefour, sob sua liderança, conseguirá reverter os danos desta crise sem sacrificar sua posição em um dos mercados mais importantes?
Com informações de Globo Rural.
Conteúdo produzido com auxílio de IA.